sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Casos reais de Crimes Virtuais

EUA
Em maio de 1999, Sharon Guthrie, de 54 anos, morre afogada na banheira de sua casa em Dakota, EUA [1].
A autópsia revelou que foi encontrada a droga Temazepan, usada para auxiliar o sono. Seu marido, o pastor Willian Guthrie, foi quem indicou o medicamento a sua esposa.
Porém este fato, por si só, não é convincente o suficiente para acusá-lo como culpado. Com isso, a polícia contratou o perito em computação científica Judd Robbins para examinar os computadores utilizados pelo pastor na igreja.
Após alguns dias de análise, foi descoberto que o acusado tinha pesquisado na internet sites que explicavam como matar de forma eficaz e indolor incluindo o uso do Temazepan. Repetidas consultas como “acidentes na banheira” e “acidentes domésticos” também foram identificadas no histórico do computador usado por Guthrie. Esse fato foi essencial para o júri considerar Willian Guthrie como culpado.
A perícia é, por definição, o estudo de fatos passados e neste tipo de caso o perito deve responder a uma questão essencial: Quando o pastor usou estes sites de busca?
É fundamental identificar, com precisão, exatamente a data e hora em que o até então acusado realizou a procura na internet para que as conclusões do perito não sejam equivocadamente interpretadas pelo magistrado e posteriormente pelo júri.
Imagine que, após o ocorrido, o marido simplesmente desejou outras informações sobre a morte da companheira e usou a internet como fonte de informação?
Portanto, sempre devemos tentar responder as cinco questões básicas (quando, onde, como, por que e quem) e relatar no laudo de forma clara e precisa.
Outro ponto a ser observado é que o examinador muitas vezes não encontra estes vestígios facilmente, pois o suspeito pode usar programas que limpam todo o rastro do usuário no computador. Para isso, devemos usar técnicas de recuperação de arquivos para permitir a identificação destes vestígios.
Uma das prováveis técnicas usadas neste caso pode ter começado com a restauração dos arquivos de backup do registro (system.da0 e user.da0) e das pastas de histórico do navegador web (C:\Windows\History ou equivalente) do computador do acusado considerando o uso do sistema operacional Windows 98 (Internet Explorer embutido).
Para facilitar a visualização dos sites acessados, pode-se usar o programa IEHistoryViewque pode ser obtido no site http://www.nirsoft.net/utils/iehv.html. Em algumas circunstâncias oInternet Explorer salva informações mais antigas em subpastas localizada sob a pasta principal.

  Pasta de histórico a ser recuperada no Windows – XP (modo DOS).
Registro do Windows - Urls digitadas no Internet Explorer


Brasil
Um corretor de imóveis foi condenado por homicídio tendo como meio de prova um laudo pericial que indicava a localização do suspeito no momento do crime [2].
A estação rádio-base (Erb) — ou antena de celular — detectou a presença do aparelho do corretor próximo da cena do crime, no mesmo horário o que contrariava o depoimento do suspeito que dissera estar em um outro lugar.
O sinal foi captado pela antena e, a partir do ponto em que se encontrava o celular, foi realizado o cálculo sobre sua localização. A margem de erro, nesses casos, é de aproximadamente cem metros. Claro que este não foi o único fator para o indiciamento do corretor.
Entretanto, a prova circunstancial apresentada ajudou a influenciar o júri a condená-lo por seis votos a um, pois o rastreamento de celular se enquadra como prova científica desde que seja obtido através de autorização judicial.
Neste caso, as informações obtidas foram extraídas dos bancos de dados da operadora de telefonia móvel e garantidas, através dos métodos e procedimentos adotados, sua autenticidade

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